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Habitar a própria solidão

  • Foto do escritor: Marcelly Silva
    Marcelly Silva
  • 21 de out.
  • 4 min de leitura

*texto escrito por humana


Quem somos quando estamos realmente sós?


Neste episódio do Podcast Morada do Sentir, entramos em contato com as muitas faces da solidão.


Sozinhos é uma série de sete episódios com histórias independentes que se conectam de forma muito sutil… como um mergulho profundo no mais íntimo e pessoal de cada um dos personagens em sua experiência particular de solidão, com todas as suas dores e possibilidades.


A série chegou pra mim como um convite a mergulhar na minha própria solidão e, ao mesmo tempo, sentir a solidão da humanidade. Existe um vazio que cada um de nós precisa habitar — sozinho. Estar diante dos nossos vazios, da nossa solidão, é entrar em contato profundo com nós mesmos. E isso nos exige disponibilidade e presença. Não é tarefa fácil, mas é importante para que possamos olhar para nós mesmos em profundidade.



capa podcast morada do sentir

A série nos apresenta as muitas faces da solidão — e podemos nos identificar com várias delas. É daquelas obras que deixam mais perguntas do que respostas, e que exigem tempo para que possamos compreender o que reverbera em nós. E eu, confesso, ainda estou nesse processo, acolhendo o meu sentir…


Na série, cada personagem nos mostra seu jeito de habitar sua solidão… e talvez também um caminho para habitarmos a nossa.


Acompanhamos Tom em sua busca por eternizar a si mesmo, o que nos convida a pensar no quanto tentamos deixar a nossa marca no mundo: seja através dos filhos, de um projeto profissional, de uma produção artística… O que de nós permanecerá neste mundo depois que não estivermos mais aqui?


Peg, outra personagem, nos faz questionar até que ponto estamos vivendo verdadeiramente e de posse do nosso direito de existir. Às vezes, alguns acontecimentos da vida são tão impactantes que vamos desistindo, aos pouquinhos, sem nem perceber. Mas, a vida se transforma… e precisamos nos transformar junto com ela. Vez ou outra, recebemos aquela sacudida que nos coloca diante da reflexão íntima: qual é o meu sentido de vida? E quais sentidos eu posso descobrir ou até mesmo reconstruir?


Com Jenny, senti o quanto é difícil estarmos sozinhos com as nossas dores mais profundas. Em certo ponto, é inevitável que seja assim. Por mais que tenhamos pessoas queridas e de confiança por perto, ninguém poderá sentir por nós… ninguém poderá viver por nós. Ao mesmo tempo, precisamos uns dos outros. Então, quem são as pessoas que eu convido para estar comigo na minha própria solidão?


episódio morada do sentir

A solidão também pode ser solo fértil — o espaço onde nascem compreensões novas sobre quem somos.


Sasha, por exemplo, nos lembra de que por mais que a incerteza do mundo seja assustadora, é o mundo também a nossa melhor opção, é a nossa oportunidade de plenamente existir. Porque somente a partir de uma vida compartilhada é que temos a chance de ser. E será que estou em contato com a vida?


Assim como Leah, muitas vezes tentamos controlar o tempo, ajustar os ponteiros para que a vida aconteça como gostaríamos ou no ritmo que precisamos que aconteça para nos ajudar a dar conta das travessias mais duras. Quem nunca desejou dar um salto no tempo? Viver de novo um momento bom ou atravessar um momento difícil, num piscar de olhos, direto para um futuro que se espera melhor?


Nera traz uma experiência profunda de abandono, o que fez com que ela sentisse que não tinha lugar neste mundo e que nunca receberia amor. Como será se sentir não digno de ser amado? O que estamos fazendo em busca de amor está em harmonia com quem somos?


Por fim, sentimos com Stuart e Otto o quanto são preciosas as nossas lembranças, as nossas histórias particulares.


A história de cada um de nós é única e quando nos roubam nossas lembranças, tiram um pedaço da gente. É difícil lembrar de alguns acontecimentos que geraram traumas profundos. Mas, lembrar de experiências de afeto, de compartilhamento de mundo através do amor, pode também trazer dor após o fim. Ainda assim, nem sempre o desejo precisa ser o de esquecer tudo. Afinal, as graças vividas constituem o nosso ser, fazem parte de quem nos tornamos. Daí a importância de preservar essas lembranças tão preciosas — porque é uma preservação de nós mesmos.


É como se através das nossas memórias pudéssemos dizer: eu existo!



série sozinhos

Eu sinto que a série Sozinhos nos presenteia com a oportunidade de pensar não sobre eles, mas sobre nós — um aconchego para quem se deixa tocar e sentir o que é despertado dentro de si.


Ao habitar a minha própria solidão, que segredos guardo de mim mesma?


O que eu não consigo admitir nem mesmo para mim?


E qual é a lembrança mais preciosa, a experiência mais viva que tenho para contar sobre mim e a minha história?


Se você tivesse que escolher hoje uma memória — uma única memória — para guardar de toda a sua história, e essa seria a única lembrança que você teria, qual experiência ainda tão viva aí dentro que você escolheria lembrar?


Encerro por aqui, com o desejo de que você encontre luz na sua solidão e que, se não encontrar respostas, que seja abrigo seguro para as suas perguntas.


Até o próximo episódio!


Com amor, Marcelly



Este episódio do Podcast Morada do Sentir

está disponível em formato de áudio no Spotify e no Youtube




Você gostaria de apoio para habitar a sua própria solidão? Faça terapia.

Eu posso te acompanhar - com escuta, presença e profundidade.








Trilhas do Sentir — uma experiência da Morada do Sentir


Conheça também a Trilhas do Sentir: uma imersão sonora no universo da obra que me inspirou o episódio da Morada do Sentir que você acabou de acompanhar. Preparei esta seleção de músicas com afeto para ser uma companhia gentil — um convite para continuar sentindo a história. Deixe-se envolver e acolha o que toca o seu coração.


Ouça aqui mesmo ou no Spotify

*se aparecer pra você somente como prévia, no Spotify você ouve as músicas completas.



E se quiser sentir de perto essa história, a série está disponível na Prime Video.




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